Tem se tornado corriqueiro nas redes sociais que se comente o emagrecimento repentino de celebridades associando a perda de peso a medicamentos como Ozempiccomo sacar o dinheiro do tigrinho, a injeção de semaglutida que regula hormônios do apetite. A tal "cara de Ozempic", com bochechas ocas e olhos fundos, virou adjetivo para pessoas como Ariana Grande, Ice Spice e até Carlos Bolsonaro.

"Ariana Grande parece um esqueleto", escreve um usuário do X, o antigo Twitter. "Eduardo Bolsonaro tá com cabeça de Ozempic. Tá estranho aquilo", escreve outro.
jogo fortune tigerjogo de aposta do tigreÉ um movimento que, diz Michelle Lelwica, autora de "The Religion of Thinness" (A religião da magreza) e professora de religião e estudos de gênero da Concordia College (EUA), lembra a humilhação pública. "Aqueles que julgam os corpos dos que supostamente perderam peso do jeito errado estão regidos pela vergonha e obcecados em controlar o corpo alheio", diz.
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"Esses medicamentos normalizam a associação entre saúde e magreza, o que a ciência sugere que precisa de mais nuance. E sedimenta e reforça a equação que beleza significa magreza."
Fortune Tiger 777Jogo do FortuneO que eles trazem de mudança do ponto de vista social, segundo Lelwica, é que, agora, a magreza não demanda mais o sacrifício das dietas e do exercício físico. Para a pesquisadora, parte da virtude associada à magreza é que era necessário sofrer para atingir essa aparência. "Os valores cristãos impactam isso. Se você se controla e faz sacrifícios, você cria virtude. O sofrimento cria virtude. Então se você emagrece pela via rápida, perde esse sofrimento."
Para ela, já existe julgamento em cima de quem opta por esse caminho, mas "o júri ainda vai se manifestar". A comunidade médica, ela diz, não apela para esse discurso moralista e a indústria farmacêuticacomo sacar o dinheiro do tigrinho, essa sim, encoraja o caminho fácil dos medicamentos. As pessoas que optam pelos remédios estão, de certa forma, implodindo a narrativa do imperativo moral da magreza.