tigre da sorte jogo Análise: David Lynch, criador de mundos, foi o último inventor do cinema

 154    |      2025-02-09 12:32

Tão estranha quanto a obra de David Lynch é a notícia de sua morte. Como pensar no audiovisual sem novas criações de um dos cineastas mais inventivos do cinema moderno, um dos poucos a terem criado uma obra que se pode chamar, sem medo de exageros, de verdadeiramente autênticatigre da sorte jogo, única?

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Lynch já estava aposentado do cinema havia 18 anos —nunca deixou de produzir peças fílmicas, entre curtas, vídeos musicais e mesmo o consagrador retorno à TV com a segunda parte da série "Twin Peaks" em 2017, mas a mídia que o eternizou, o cinema, ele havia abandonado em um já longínquo 2006, com "Império dos Sonhos". Muito embora a cinefilia mundial ainda nutrisse esperanças de que, de modo inusitado e surpreendente como seus filmes, ele de repente ressurgisse, anunciando um novo longa-metragem.

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Quando o cinema dava ares de ser uma arte cujas possibilidades já pareciam quase que totalmente exploradas, na ressaca pós-anos 1960 e pós-contracultura, Lynch apareceu e mostrou o contrário. Seu primeiro longa, "Eraserhead", de 1977, já trazia a tônica de sua obra —a estranheza.

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Ela também estava no cerne de seu segundo filme, "O Homem Elefante", de 1980, que o tornou de fato conhecido. O bizarro enquanto forma de reproduzir o mundo, tão caótico e inexplicável como a vida real, mas embalado em uma estética onírica, de uma realidade paralela, com regras próprias.

Muitas pessoas, na falta de saber como descrever sua poética, chamam seu cinema de "surreal", mas trata-se de um grande equívoco de ordem conceitual. Os surrealistas —com o espanhol Luís Buñuel, outro gênio, à frente— recriavam no cinema um mundo normal e usavam instantes de fuga da lógica, de absurdo e de onírico, como elementos subversivos a ele; como forma de criticá-lo, satirizá-lo. Era um uso sobretudo político do estranhamento.

Játigre da sorte jogo, em Lynch, o estranho é a regra, é o normal. Tudo o que de atordoante acontece em suas obras é parte orgânica e indissociável do universo que ele cria ou de como ele vê o mundo.